A Câmara de Alenquer entregou o dossiê de candidatura das tradições do “Pintar e Cantar dos Reis” a Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO.
O Município de Alenquer anunciou esta semana que entregou o dossiê de candidatura à comissão nacional no final de março, depois do trabalho em torno dela nos últimos três anos, com o apoio de duas empresas de consultoria.
Cláudia Luís, vereadora com o pelouro da cultura na Câmara Municipal de Alenquer, mencionou numa “oportunidade única para reconhecer, valorizar, salvaguardar e promover uma tradição cultural rica e significativa”.
“O Pintar e Cantar dos Reis promove a coesão social, o convívio intergeracional e o sentimento de pertença à comunidade. O reconhecimento pode fortalecer ainda mais estes laços”, sustentou ainda Cláudia Luís.
Na noite que antecede o Dia de Reis, os “reiseiros”, nome pelo qual são apelidados todos aqueles que fazem cumprir o ritual, dividem-se em dois grupos. O primeiro grupo segue munido de lanternas, pincéis e tintas para marcar o trajeto com pinturas nas paredes das casas, a vermelho e azul, de corações e vasos floridos, estrelas, símbolos de profissões, como a balança ou o martelo, ou a sigla B.R., que quer dizer “Bons Reis”. Já o segundo grupo, após o apontador cantar a solo, entoa melodias e deixa votos de felicidades para o Ano Novo.
De acordo com o município, a tradição mantém-se viva em zonas como Abrigada, Bairro, Cabanas de Chão, Cabanas de Torres, Casal Monteiro, Catém, Espiçandeira, Labrugeira, Mata, Olhalvo, Ota, Paúla, Penafirme da Mata e Pocariça
Desde 16 de julho de 2021 que o “Pintar e Cantar dos Reis” passou a integrar o inventário nacional do património cultural imaterial, segundo o anúncio publicado em Diário da República pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Para a DGPC, a inscrição “reflecte os critérios relativos à importância da manifestação do património cultural imaterial enquanto reflexo da identidade da comunidade em que esta tradição se originou e se pratica, traduzida em práticas transmitidas intergeracionalmente, com recurso privilegiado à oralidade e à observação e participação directa”.


